terça-feira, 15 de junho de 2010

As coisas do amor

Nunca acreditei no amor. Não sei porquê, mas sei que não acreditava. Muito menos depois de algumas experiências pelas quais passei. Via casais felizes e parecia que vivíamos em mundos paralelos, mas diferentes. Pensei assim décadas. Ouvia dizer que o amor é uma construção, que se alimenta dia a dia, que não se deve desistir e blá blá blá, mas para mim, aquilo era tudo irreal. Tretas, bullshit. Invenções de quem não tem o que fazer ou dizer. Para mim o amor acabava, mais dia menos dia. Mais beijo menos beijo. Mais queca menos queca. Íamos todos ficar sózinhos mais cedo ou mais tarde. Mas curiosamente, tinha esperança que as coisas mudassem para o meu lado.
E mudaram, tanto, que me calhou a mim um dia, acreditar. Não sei como, nem me apercebi e dou por mim agarrada de unhas e dentes a alguém. A querer que a coisa funcione, apesar da vida, das coisas da vida. A pensar que os dias menos bons e os maus fazem parte, e assim se dá mais valor aos bons. E os bons, são maravilhosos. E não se acaba tudo porque se acorda com mau hálito ou porque o outro tem uma pneumonia mesmo na altura das férias. Ou porque não gostamos da mãe dele e ele não gosta da cor do nosso carro. Acredita-se e luta-se para que dê certo. Sabe-se que pode não ser para sempre, mas sabe-se também que queremos e vamos fazer com que seja para sempre. A luta é diária, mas sabe bem, compensa tudo, nem é uma luta, é aquilo a nossa vida, o outro está ali, faz parte de nós, é mesmo assim. E ainda hoje me pasmo como mudei e como é fácil mudar. Basta simplesmente acreditar e querer. Ah, e amar como uma tresloucada!

Sem comentários: