quarta-feira, 30 de junho de 2010

Eu e a minha barriga

Ultimamente muita gente me pergunta se estou grávida, devido à minha proeminente barriguita, que um dia vai ao ar, oh se vai! Eu respondo com um sorriso e digo que não, mas não faz mal, ora, não se incomode, não peça desculpa, não fique triste por ter perguntado, não vai agora chorar por ter feito uma perguntazinha sem importância. Mas isso sou eu. A boazinha, a compreensiva, a que não leva a mal, a que mesmo que fique magoada, disfarça e sorri. Tenho uma amiga que ralha muito comigo, diz que se fosse com ela se passava, que as pessoas fazem por mal, porque se me vêem tantas vezes (isto é uma cidade pequena), eu não ia engravidar ainda por cima todos os meses a ponto que se notasse logo. E no fundo, tem razão.
Diz ela que as pessoas são muito insensíveis e más. E eu concordo. Porque raio fazem perguntas para as quais sabem perfeitamente a resposta?
Há quase 20 anos, quando me casei, andava pelas Amoreiras com uma amiga à procura dum vestido de noiva assim que não fosse vestido de noiva, pois não era capaz de me casar vestida de noiva, nunca gostei, acho piroso. Nessa altura tinha eu um corpo que deixava a Kate Moss a chorar de vergonha, tinha um corpo perfeito, sem um grama a mais, com uma barriga perfeita, um rabo do além e umas pernas maravilhosas, e é com vaidade e sem ponta de superioridade que o digo. Então encontrámos uma amiga, que me perguntou o que andávamos a fazer e eu respondi entusiasmada, "olha, ando a comprar o vestido para me casar para a semana!" Ao que ela respondeu logo " vais-te casar?, oh já reparei na barriguinha, estás grávida??"
Não será por mal, pois não será, nem será por insensibilidade, pois não. É apenas porque o ser humano é o animal mais cruél do Universo.

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