quarta-feira, 9 de junho de 2010

Neste país continua o de sempre. Ainda há pouco a D. Maria me contou que tem uma sobrinha que é enfermeira e trabalha com a ministra da saúde, não sei se é assessora, se outra coisa qualquer, ela não me soube explicar. Essa sobrinha tem o pai com 80 e muitos anos e quando na semana passada veio ao funeral do marido da D. Maria, viu que o pai não estava bem e decidiu levá-lo aqui ao hospital. Convém dizer que este "aqui" é uma cidade pequena, com meia dúzia de ruas, uma boa vila, mas uma péssima cidade.
No hospital as enfermeiras que viram o senhor não lhe encontravam nada de mal, olhavam para ele e parecia-lhes óptimo. A filha insistiu e pediu para lhe fazerem exames, pois notava que ele não estava bem. Elas que não, ela que sim. Até que as enfermeiras se irritaram, e...
- O seu pai não tem nada, não lhe vamos fazer exames se olhamos para ele e o achamos bem!
- Mas eu agradecia que lhe fizessem exames, os básicos pelo menos, pois noto que ele não está bem.
-Já lhe dissemos que não! Quem é que pensa que é?! Enfermeira, não??!
-Por acaso sim, sou enfermeira, mas neste momento nem exerço, faço parte da equipa da ministra da saúde.

Foi como se tivesse reservado o hospital inteiro só para o senhor. Vieram todos os médicos, foram-lhe feitos todos os exames, mas todinhos mesmo, máquinas que não funcionavam começaram a funcionar, foi o melhor atendimento de sempre, com certeza.
Já o marido da D. Maria morreu pouco depois do ter estado 2 dias no corredor das urgências dos HUC...

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