segunda-feira, 27 de junho de 2011

Sem palavras

Do acidente do Angélico sabemos o que ouvimos na televisão, que não levava cinto, que rebentou um pneu, que está entre a vida e a morte. Chocou-me imenso, confesso. Não que fosse fã ou ou conhecesse de algum lado, mas porque é um rapaz tão jovem, tão cheio de vida, tão cheio de planos, de sonhos, com a vida toda pela frente. É difícil equacionar a morte de alguém com 28 anos, simplesmente não faz sentido. E lembrei-me do quanto sou criticada por não fazer planos, por não os conseguir fazer, de todo. É que quando se sente a vida toda trocada pela morte, como eu sinto desde os 23 anos, é dificílimo planear o que quer que seja, a não ser a curto prazo. Diziam-me noutro dia que é importante fazer planos, mesmo que por qualquer razão não os consigamos cumprir, e eu concordo, mas daí a conseguir fazê-los, vão outros quinhentos. É que a vida é isto, num dia temos o mundo na mão, no outro não temos rigorosamente nada. E isto faz pensar, dói, magoa. É claro que não passa pela cabeça de ninguém ir a conduzir sem cinto, ainda por cima num carro que atinge altas velocidades, às tantas da manhã. Mas quando somos jovens, tudo é possível, tudo parece fácil, tudo se supera. Não há desculpa, mas é a vida. Que ele melhore, que tudo não passe dum pesadelo, que a vida prossiga.

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