sábado, 8 de outubro de 2011

Aventura num hospital português

Felizmente, sempre que estive doente, pude recorrer a médicos e clínicas particulares, mas esta semana, já um bocadinho "passada", resolvi ir ao médico do centro de saúde, da pequena cidade onde moro. Ele, dada a imensa tosse que tinha (e ainda tenho), mesmo depois de devidamente medicada, mandou-me então ir ao hospital, fazer um raio-x e ser mais uma vez medicada. Quase que entrei em pânico, porque este hospital não é bem um hospital, é um prédio a caír de podre, a sala de espera não tem porta, e quando se entra lá, a pessoa pensa que entrou num mundo aparte. Mas, corajosa lá enfrentei a coisa. Em 5 minutos fiz a triagem, numa salinha mínima, ventosa, pois a janela está partida, e lá me puseram a pulseira de "muito urgente". Puseram-me a pulseira de caso urgente, porque o enfermeiro não se lembrou (ou não sabia) que, com verniz nas unhas, aquela maquineta que nos enfiam no dedo não dá o valor real do oxigénio que temos no corpo, portanto, ele amparou-me por um corredor estreito, cheio de gente, que, uns com pés torcidos, outros com cortes, outros com quedas, outros com outros problemas, estavam por ali, não fosse eu cair redonda (coisa que só me dava vontade de rir). E depois foi até à meia noite (passei lá umas 6 horas). Mas o que ressalvo e a causa porque escrevo isto, é porque, acho sinceramente, que a saúde é o maior problema em Portugal, e só quem vai a um hospital assim, consegue ver isso. Estive todo o tempo numa maca, no meio dum corredor ventoso, mas não era só eu que lá estava, quem estava a tratar de mim, também. As condições em que os médicos e enfermeiros trabalham, são absolutamente abomináveis. Fui tratada com o maior dos cuidados e simpatia, com o maior profissionalismo que se pode ter, em condições tão adversas. As enfermeiras foram espantosas, carinhosas, prestáveis, a médica também, as pessoas do raio X também, enfim, quando saí, pensei que costumamos dizer tanto mal dos hospitais, e temos realmente motivos para isso, porque pagamos impostos acima da média e o serviço é péssimo, mas trabalhar ali, com um sorriso nos lábios, tentar que aquilo funcione, passar noites com frio, não ter macas, não ter aparelhos, não ter meios para nada e ainda tentar salvar vidas, também é uma tarefa do caraças.

2 comentários:

AnaIsabel disse...

Gostei muito do post, Margarida.
Ainda bem que há pessoas de bom senso como tu, que reconhecem que, muitas vezes quando as coisas não decorrem da melhor maneira possível, a culpa não é só dos profissionais.
No fim de contas, e o que verdadeiramente importa, conseguiram explicar a tosse cavernosa? Já está a resolver? Já estás melhor, finalmente?
Beijinho e melhoras

Unknown disse...

Olá Ana, estou a tomar antibiótico e penso que se resolverá, era uma infecção pulmonar. Agora está a minha mãe, com uma gripe que também não é costume nela, enfim, nada disto e normal, mas melhores dias virão...:)Beijinhos e obrigada :)