terça-feira, 19 de janeiro de 2010


Às vezes a saudade

Às vezes a saudade anda dentro de nós e nem damos por ela. Temos problemas para resolver, coisas que nos preocupam, pessoas para cuidar, e ela ali, a crescer, silênciosamente. Não incomoda, apenas é.

Conforme cresce, há algo em nós que não está bem, um desconforto, uma dorzinha que incomoda, mas não sabemos explicar onde, nem porquê. E cresce, cresce, até se tornar evidente, até se sobrepôr a tudo o resto, até se tornar uma dor que identificamos, que queremos que desapareça, que nos aleija. Como nem sempre a podemos matar, como nem tudo é como queremos, temos que viver com ela, se calhar já não tão silênciosamente.

E quando é ela que já manda na nossa vida, quando respiramos e deitamos saudade por todos os poros, se temos a sorte de podermos voar e olhar para quem amamos, repousar a nossa cabeça no seu colo, partilhar o mesmo ar, a mesma pele e os mesmos silêncios, aí a palavra saudade é substítuida por outra, mas doce, mais agradável, chamada felicidade. Pura felicidade.

Quando ainda vamos a tempo

20 janeiro 2010

M.S