segunda-feira, 26 de abril de 2010

Eu e a E.

Há dias encontrei uma amiga através do Facebook. Re-encontrei. Uma amiga que nunca perdi. Que sempre tive. Que tenho.
Conhecemo-nos na faculdade, tínhamos 20 anos, e estávamos pela primeira vez a viver em Lisboa. Tornámo-nos logo muito amigas. Ela é uma pessoa muito doce, um amor de miuda. Simples e sincera. Éramos como irmãs, sem segredos uma para a outra, apoiávamo-nos, divertíamo-nos muito. Quando o meu pai morreu, ela foi a única amiga que chorou comigo e me abraçou, duma forma que senti a tristeza toda no seu abraço e tive que me armar em forte para não nos desmoronarmos todas ali em frente ao resto do pessoal.
Depois a vida seguiu o seu rumo, saí de Lisboa, ela ficou por lá. Não nos encontramos há 15 anos. De vez em quando uma lembra-se mais da outra e liga, falamos um pouco, contamos os amores e os desamores, as doenças, as dietas, as novidades. Agora já não falamos há uns 2 anos. Mas penso muito nela.
Então procurei-a no facebook. E lá estava ela, numa foto desfocada, linda como sempre. Enviei-lhe uma mensagem, ela respondeu-me. Como se não soubessemos uma da outra há coisa de uma semana.
Há amizades assim, que nem precisam de contactos, de encontros, de telefonemas, amizades que existem , alimentam-se da própria amizade, que sempre existirá. Tenho a certeza que se encontrasse hoje a E. seria como se nos tivessemos despedido ontem, como se não tivessem passado 15 anos e não estivessemos umas cotas. Seria como se me tivesse despedido dela no 28 e lhe tivesse dito a sorrir, até amanhã.
Beijinhos,

Margô.

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