segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Monte Gordo

Este ano só lá estive 1 semana, pois houve o tal pé partido. Dantes, quando eu ainda nem tinha 20 anos e éramos todos vivos e felizes como um campo de girassóis ao sol, ficávamos 1 mês. Era o mês mais esperado do ano, aquele onde se reviam os amigos do Porto, as amigas alentejanas, os pais e mães das amigas, era quando todos nos juntávamos e a vida fazia todo o sentido, pois era toda feita de risos e brincadeiras. De banhos de água quente, de apanhar o melhor bronzeado da praia. Comer uma bola de berlim não era uma chatice que só engorda, era comer algo maravilhoso que sabia a festa. Havia a senhora dos "bolinhos de amêndoaaa", que vinham dentro duma cestinha, acabadinhos de fazer e eram os melhores que já comi na vida. Havia os rapazes bonitos a quem tentávamos chamar a atenção e havia o "nosso grupo", a quem esses rapazes e raparigas se juntavam, proporcionando suspiros e risinhos de alegria. Havia o Pátio Algarvio, onde íamos depois de devidamente vestidas, perninhas ao léu, cabelos cheirosos, ouvir música, dançar e fazer olhinhos. Mas só até às 2h30 da manhã, mais do que isso, nunca por nunca. Éramos felizes, felizes como nem sabíamos que éramos. A ida a Ayamonte também era sacramental. Comprávamos caramelos, brincos e shampoos e comíamos calamares  e coca-cola até termos que ir a correr para apanhar o último barco de volta.  Durante a viagem  trocávamos impressões sobre se "o meu shampoo cheira melhor que o teu" ou "os meus brincos foram mais caros". Íamos a Tavira comer marisco, íamos a Faro ver as montras., mas acima de tudo estávamos sempre juntos e alegres. Não esquecendo as sardinhadas à noite na praia, com as sardinhas que os banheiros que também eram pescadores traziam. A praia ficava por nossa conta, fazia-se uma fogueira e era até às tantas, comia-se e bebia-se bem, depois havia cantoria pela noite fora. Os passeios até a Praia Verde eram muitos, com mergulhos e gargalhadas à mistura. Excepto quando começavam as despedidas, aí chorávamos, porque sabíamos que só nos veríamos de novo no ano seguinte. Com os desconhecidos trocávamos moradas, esperançadas que houvesse algum contacto. E por vezes havia. Aos outros, a Ana, a Graça, o Pedro, o Eiró e muitos outros, era "até para o ano"!

1 comentário:

nuno medon disse...

olá! sabe sempre bem fazer uma retrospectiva. Lindas memórias que tens! Até aos 13 anos, o meu falecido avô alugava uma vivenda para passarmos férias em família, eles, os meus tios que não têm filhos e nós. As férias eram passadas na Torreira ( Aveiro ). Como a minha Avó tinha Alzheimer, começamos a passar as férias no Marco de Canaveses. ás vezes, em Agosto dávamos uma volta, mas era raro. A partir de 99, o mês de Agosto foi sempre passado na Figueira da Foz e este ano, ficamos por aqui. Lá para Setembro, vamos á Figueira, a um fim de semana. beijos e boa semana.