sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

A segunda vida

Ainda na senda que eu sou uma mulher consumista, vou dar cabo da minha fama e dizer que, para mim, o Natal se resume a prendas. Passo a explicar…na minha primeira vida o natal era família, alentejo, eram cheiros, eram 60 e tal pessoas à mesa, eram gargalhadas, conversas, beijinhos, crianças de olhos a brilhar, cantorias, e convívio que se prolongava madrugada dentro, era contar os minutos para à meia noite aparecer um Pai Natal e distribuir aquilo que tínhamos andado a pedir há meses. Era a altura mais feliz do ano, em que se reviam primos e tios, matava saudades, contava aventuras. Depois tudo mudou. O meu pai morreu, a família zangou-se e hoje o Natal resume-se a mim, a minha mãe e mais recentemente o meu gajo. Não existem crianças, não existe calor, nem cantorias, nem piadas, nem nada do género. Assim é a minha segunda vida.  Eu e a minha mãe tentamos manter algum do espírito natalício, como tal, fazemos comida que dá para uma casa de família, enfeitamos a casa, comemos bolos e doces e à meia noite damos presentes uma à outra. Uma animação, não é? Pois claro que não, logo a piada de tudo está naquilo que se dá e recebe. Eu, criança que ainda sou, apesar do B.I. indicar o contrário, faço sempre (excepto este ano) uma lista de prendas, de coisas que me enchia o coração ter. Das mas caras às mais baratas. E felizmente tenho sempre o prazer de receber algumas delas na noite de Natal. E de oferecer à minha mãe e ao meu amor o que mais gosto e sei que eles vão gostar. Em casa do meu gajo a coisa não muda lá muito, embora a família seja maior, mas parece que não têm a tradição da troca de presentes. Ora, digam lá, o que realmente importa no meu Natal? Principalmente ter saúde e prendas, pois com certeza!

Sem comentários: