terça-feira, 4 de maio de 2010

Há coisas que eu não consigo. Imensas. Umas aborrece-me não conseguir fazê-las, outras não. Não consigo ser casada, por exemplo. Casada como uma pessoa normal. Porque eu sou uma pessoa de paixões e emoções, e o casamento para mim é, hoje em dia um mar de contratos e negociações. Ora, eu sou uma pessoa que quer e precisa de mares, mas mares de emoções, sensações, de frios na barriga, de olhares infindos nos teus olhos verdes, de silêncios divididos, de abrires a janela para eu ver se está a fazer sol de manhã, de te acordar quando já dormes porque preciso de ti e do teu corpo. E não preciso disto todos os dias, mas todos os dias preciso de ti. Sou casada contigo, mas gosto de ser amante, mulher-a-alguns dias, porque noutros não me apetece ver se está sol ou chuva, apetece-me só o meu silêncio, dormir e acordar sozinha, sem grandes prazeres, a não ser um livro. Ouvir apenas as vozes que conseguirem entrar na minha cabeça. Acho que me compreendes, ou então tenho a secreta esperança que gostes tanto de mim, que mesmo que não entendas, me faças algumas vontades. E que esperes sempre por mim, que eu fujo, mas garanto-te que volto sempre, para esta paixão, para este este amor.

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