terça-feira, 17 de maio de 2011

Pessoas

Desde que comecei a ser gente que me lembro de detestar pessoas. Não suportava os adultos, com as suas graçolas, a sua roupa pindérica, as suas gargalhadas, as suas festinhas e beijinhos que me enojavam, ahhh, como eu detestava beijos. Penso que era uma coisa natural de criança, ou talvez não, era a minha forma de ser. Desde sempre intuí que em gente crescida não se pode confiar, que havia maldade, cinismo, hipocrisia, falsidade. Fui crescendo e a coisa foi naturalmente melhorando, mas não muito, para mim, pessoas só à distância, ou então aquelas que eu escolhia para minhas amigas e que eram poucas. Depois, com a idade, com a entrada na idade adulta, a coisa foi-se modificando um pouco. Já tolerava as beijocas e comecei a achar piada a gente, pois adorava olhar para alguém e imediatamente saber se era boa ou má pessoa, se era confiável, se era honesta, era assim uma espécie de jogo, deveras estimulante. E neste espaço de tempo conheci muitas centenas de pessoas, fiz amigos, há pessoas de quem gosto muito e pessoas que não suporto, iludi-me e desiludi-me, mas posso dizer que não há nada que goste mais do que de pessoas. O ser humano é o mais maravilhoso objecto de estudo, porque é o mais rico em emoções, é capaz do melhor e do pior, do ser humano espera-se, literalmente, tudo. E é isso que me fascina. E eu adoro observar gente, gente bonita e gente feia (mas claro que prefiro a bonita), gente que é gente. Observar pessoas, é, sem dúvida, o melhor dos jogos, dos passatempos.

1 comentário:

tilida5ever design disse...

O ser humano é capaz do melhor e do pior...